Curso de Psicologia (em Bolonha)

O Nupe apurou que o curso de Psicologia deveria estar reestruturado, este ano, segundo o processo de Bolonha. Uma vez que no Guia do Estudante de 2006/2007, o curso vem estruturado no âmbito do processo de Bolonha.
Esse Guia menciona o plano de estudo, o enquadramento e objectivos, as provas de ingresso, as notas de candidatura, os contactos e as saídas profissionais, que são muito importantes. O Nupe irá transcrever do Guia do Estudante as saídas profissionais para que os alunos saibam da realidade que podem enfrentar para o ano vindouro!

“Saídas Profissionais:

Os estudantes de psicologia que, após a conclusão do 1º Ciclo de Mestrado Integrado em Psicologia, obtenham o grau de Licenciado poderão ingressar em qualquer carreira técnica que exija licenciatura. No entanto, para o exercício da actividade de Psicólogo, será necessário ingressar no 2º ciclo de formação em Psicologia, de acordo com as competências mínimas exigidas pelo Diploma Europeu de Psicologia, na universidade de origem, ou em qualquer outra universidade nacional ou europeia.”

(continua na próxima edição)

OS DESAIRES DA VIDA UNIVERSITÁRIA

Ainda me recordo perfeitamente do primeiro dia em que entrei na Universidade do Algarve. Não era ainda aluna cá, vinha apenas de visita, como é hábito naquele dias conhecidos por Semana Aberta. Os sonhos eram naquela altura doces… sonhava em vir para a Universidade e formar-me, aliás, não vir nunca tinha sequer passado pelo meu pensamento.
Agora estou cá, e todos os sonhos e ilusões ficaram pelo caminho. Cada vez mais se ouve dizer “A universidade hoje já não é garantia de nada!”. Se quando sonhava em vir para cá achava que quem dizia isto fazia-lo apenas por maledicência e desprezo, hoje sei que não é assim. De facto, um curso universitário não garante nada a ninguém, a não ser, claro, para aqueles que já têm para onde ir quando saírem daqui. Os cursos, as disciplinas, os professores e até as instalações ficam muito aquém das expectativas. A maioria dos que gostam da área em que se estão a formar e que querem realmente aprender, acabam por sentir sempre um arrepiozinho cada vez que pensam se este é realmente o meio mais eficaz para se instruírem. Quantas vezes não pensei já em desistir do curso, apesar de ter a certeza que estou na área certa? Quantas vezes não pensaram nisso muitos dos meus colegas? Alguns desistem, desiludidos, frustrados; outros resistem, também desiludidos e frustrados!
Para os que gostam de facilitismos, estão no sítio certo porque, vá-se lá saber porquê, o nosso sistema de ensino (ou será só nesta universidade!?) acaba por ser condescendente com os menos esforçados e empurra para o abismo os melhores. Por isso, se queremos sair daqui e ter algum sucesso, há que fazê-lo com muita imaginação. Imaginação para passar por cima da falta de meios, da falta de apoios e da falta de incentivos e imaginação para se ser original e criativo. É preciso também não desanimar, apesar das desilusões. O tempo da ilusão, esse, já lá vai… e agora é preciso continuar, apesar da amarga realidade.

Andreia Fidalgo

AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU

Comemora-se este mês mais um ano da Revolução dos Cravos, marco na História Mundial e fundador da democracia portuguesa. No próximo dia 25, relembramos o amanhecer de Portugal, como aclamaram os poetas, depois de 48 anos de obscuridade fascista, que apesar de muitos de nós não os termos presenciado, não poderemos ficar indiferentes aos relatos de gente que os viveu, ou melhor, sobreviveu. Mas haverá melhor forma de celebrar este momento, do que praticar os ideais gerados pela revolução? Relembrando aos esquecidos, tudo aquilo que mudou desde então, como consequência directa de Abril? Destes 33 anos passados, o que ficou da revolução? Nada mais do que um vasto leque de direitos e liberdades, de que gozamos actualmente, sem termos a mínima noção de serem estas as verdadeiras e reais repercussões da revolução. São eles, por exemplo, o direito à educação e a democratização do ensino, que ainda limitada, integra a escolaridade mínima obrigatória até ao 9º ano, a criação de mais e melhores escolas, desde o pré-escolar ao ensino superior, a assistência social (cada vez mais reduzida) nos estudos até à conclusão da licenciatura, um leque de matérias muito mais alargado e imparcial e o direito de os estudantes interferirem democraticamente na gestão e organização das instituições. A liberdade de expressão, tão presente que até esquecemos que existe! Que nos torna críticos, seres pensantes, humanos no verdadeiro sentido da palavra. Representa também a liberdade que tenho para escrever este simples texto de opinião, como para em qualquer conversa dar a nossa opinião. A liberdade de associação, que possibilita a formação de colectividades de todo o tipo e para todos os gostos, sem a qual não existiriam as associações de estudantes (e Semanas Académicas!), de artistas, de desporto, sindicatos, ou até pequenas tertúlias e encontros! O direito à cultura, o direito de usufruirmos do maravilhoso mundo do cinema, da musica, das artes plásticas, da literatura, da dança, etc. O direito à saúde, materializado na criação do Sistema Nacional de Saúde, e a fundação de novos hospitais e centros de saúde, assim como na desmistificação da sexualidade, sobre a qual hoje se fala cada vez mais abertamente, respeitando as opções de cada um e criando condições para que os métodos de contracepção e protecção sejam acessíveis a todos e para todos, sendo urgente a implantação definitiva da educação sexual.
E muito mais haveria para dizer, mas por limitação de espaço não me alongarei mais. Assim deixo aos colegas, este pequeno cheirinho, d’ As portas que Abril abriu, como cantou o poeta da liberdade, para que nesse dia (e não só) pensem naquilo que temos agora, que o valorizem e guardem. Pois foram precisos muitos anos para o conseguir e muitas vidas, pois a revolução não se fez num dia, nem num ano, ela foi antes o culminar da luta de muitos portugueses, que acreditaram que a mudança era possível!
[1] Excerto de um poema de José Carlos Ary dos Santos.

Ana Tarrafa Silva

MESTRADO EM HISTÓRIA DO ALGARVE

Encontra-se em fase de aprovação um novo mestrado para a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, intitulado: Curso de Mestrado em História do Algarve. A sua criação, a cargo do departamento de História, Arqueologia e Património, é a resposta aos inúmeros pedidos, de várias áreas científicas, que esta unidade tem recebido, fundamentalmente de antigos frequentadores dos cursos livres de História do Algarve, que este departamento realizou com sucesso nos últimos três anos, e mesmo até de recentes licenciados nesta universidade.
Já estruturado à luz de Bolonha, o ciclo de estudos terá a duração de quatro semestres, integrando seis unidades curriculares, a ministrar nos dois primeiros semestres (60 ECTS), que vão desde o Algarve Pré-Histórico e Romano ao Contemporâneo, passando evidentemente pelo papel do Algarve na Literatura e na História de Arte. Os últimos dois semestres do curso, serão divididos por um seminário de orientação e por uma dissertação de natureza científica.
Resumidamente, os objectivos deste mestrado serão a preparação de investigadores e especialistas capazes de suprir lacunas ainda existentes nesta área geográfica portuguesa, mas ainda tão diferente do resto do território, para que compreendendo o passado, se formem condições para limitar problemas futuros (ou não fosse esta a função capital da História).
Brevemente, este curso será levado à aprovação pelo Senado da Universidade (órgão de gestão da universidade, presidido pelo Reitor, onde têm direito de voto alunos e docentes, eleitos por faculdade), tendo já sido aprovado por maioria no Conselho Pedagógico da FCHS e tido um parecer desfavorável por parte da Associação Académica da UALG. O núcleo pedagógico da FCHS, achou assim por bem, ser este também um assunto a ser tratado na RGA que se realizará na próxima semana, para que os alunos também tenham uma palavra a dizer.

EDITORIAL- NUPE ABRIL 2007

Cá está mais um número do nosso jornal, e como não há melhor mestre do que a experiência, surge nesta segunda edição melhorado e mais alargado. Neste mês de Abril, não poderíamos deixar de referir a celebração dos 33 anos da Revolução da Liberdade, presente num dos dois textos de opinião, sendo o outro um relato de cunho pessoal sobre a experiência universitária. Com uma RGA ai à porta, não poderíamos deixar de explicar em que consiste, assim como referindo a iniciativa da AAUALG, dos postais com destino ao Ministério do Ensino Superior (p.4).
Consta também nesta edição a lista de eventos de Abril da FCHS, um artigo sobre o mestrado em História do Algarve e por último uma breve exposição de Psicologia em Bolonha.
Até Maio!